No primeiro e segundo trimestres de 2025, assistiu-se a um aumento no valor da habitação sem precedentes em Portugal e sem paralelo na Europa: 16,3% e 18,7%, respetivamente.
Este aumento resulta de políticas erróneas e mesmo contraproducentes, conforme vem sendo identificado pela generalidade dos especialistas na matéria.
Face a uma política manifestamente contrária ao estabelecido na Lei de Bases da Habitação (Lei n.º 83/2019, de 3 de setembro), foi redigida a Carta Aberta – “Garantir o direito à habitação, cumprir as recomendações da Comissão Europeia”, no âmbito de um debate interno da Rede H e subscrita por mais de 200 técnicos e académicos ligados ao tema da habitação, planeamento urbano, território, saúde e ciências sociais, entre outros, e por 13 coletivos.
Ana Drago, Ana Moreira, André Carmo, Carol Farias, Demétrio Alves, Gonçalo Antunes, Helena Roseta, Joana Mourão, José Carlos Guinote, Luís Mendes, Marco Allegra, Maria Manuela Mendes, Nuno Castro Caldas, Nuno André Patrício, Nuno Travasso, Ricardo Carneiro, Rita Cachado, Rita Castel’Branco, Rita Silva, Sara Lopes, Sílvia Jorge, Tiago Castela.
Exmas. Sras. e Exmos. Srs. Deputados da Assembleia da República,
Enquanto membros de uma Rede alargada, diversa e comprometida com a garantia de acesso à habitação, vimos uma vez mais expressar a nossa profunda preocupação com a evolução da crise habitacional em Portugal, conforme reconhecido e documentado no mais recente Relatório da Comissão Europeia sobre Portugal (2025).
Historicamente, a Comissão Europeia (CE) considerou a habitação uma competência exclusiva dos Estados-Membro, a ser resolvida por cada um em função do princípio da subsidiariedade. No entanto, face à crescente crise habitacional, à pressão dos mercados e ao aumento das desigualdades urbanas, a CE tem vindo a adotar uma postura mais ativa. Iniciativas como o “Housing for All” e o Plano de Ação do Pilar Europeu dos Direitos Sociais demonstram uma mudança significativa, reconhecendo a habitação como um direito fundamental e promovendo mecanismos de apoio financeiro e legislativo aos Estados-Membro. Saudamos, assim, positivamente a orientação explanada no relatório e que, acreditamos, poderá abrir espaço a medidas que assegurem um efetivo direito à habitação.
É consensual que Portugal enfrenta uma crise estrutural no acesso à habitação, desde logo ligada aos baixos rendimentos e motivada por vários fatores, tais como: o aumento significativo dos preços no mercado de compra e arrendamento; a pressão do alojamento turístico de curta duração; o desvio de imóveis até então de uso habitacional para hotelaria; a atividade de fundos imobiliários (beneficiados por isenções fiscais); o impacto dos regimes fiscais preferenciais aplicados a expats e, obviamente, a grande e arrastada escassez de oferta de habitação pública e a preços acessíveis. Este cenário, a par de diversas fragilidades socioeconómicas, reflete-se diretamente na qualidade de vida das famílias e na saúde das populações. Compromete, além disso, o desenvolvimento do país, ao afastar-nos da desejada coesão social e territorial, da sustentabilidade e de uma economia mais produtiva e geradora de melhores rendimentos e condições de trabalho, essencial para a eficiência da atividade económica e para sustentabilidade do mercado de trabalho.
A referida crise não mostra sinais de abrandamento. Pelo contrário, num contexto que era já de total sobreaquecimento, no segundo trimestre de 2025 verificou-se, uma vez mais, a maior subida homóloga desde que há registo: 18,7% em apenas um ano.
Face a este cenário, apelamos à Assembleia da República para que tome medidas de longo prazo, firmes e eficazes, alinhadas com as recomendações da Comissão Europeia, que insta o Governo Português a:
Exercer maior regulação dos alojamentos turísticos nas áreas mais pressionadas;
Implementar medidas de regulação das rendas para proteger os grupos mais afectados;
Avaliar a oferta de casas vazias, devolutas ou subutilizadas, tanto no parque público quanto no privado, nas cidades mais afectadas, promovendo a sua disponibilização;
Promover a abordagem "housing first" a nível nacional.
É nosso entendimento que o cumprimento destas orientações passa por:
Garantir os recursos técnicos e financeiros necessários a diferentes níveis - nacional, regional e local - bem como estruturas de governança mais próximas da realidade e das necessidades de cada território específico;
Regular o mercado de arrendamento, através da introdução de mecanismos de regulação de rendas em zonas de elevada pressão urbanística e da criação de um novo Código do Arrendamento Habitacional integrado e coerente;
Regular o Alojamento Local (AL) nas áreas urbanas mais pressionadas, de forma a limitar os seus impactos negativos, procurando mecanismos para a transição dos imóveis em AL para arrendamento, de forma a salvaguardar a função social da habitação e a respeitar o uso original da urbanização e do edificado;
Expandir substancialmente o parque habitacional público e acessível, garantindo resposta às necessidades reais da população, incluindo jovens, estudantes, famílias com rendimentos baixos e médios e pessoas mais velhas, migrantes e em situação de vulnerabilidade;
Avaliar e mobilizar as habitações atualmente vagas e refuncionalizar edifícios devolutos ou subutilizados, públicos e privados, através de mecanismos fiscais e outros, promovendo a integração destes imóveis no mercado habitacional a custos acessíveis;
Promover as alterações legislativas necessárias à implementação de uma política fundiária que garanta a execução de Planos comprometidos com a utilização do solo urbano expectante para fins habitacionais e a afetação social das mais-valias por estes geradas (em concreto, a revisão dos artigos 23º e 24º do Código de Expropriações, a revisão dos artigos 66º e 67º da LBPPSOTU e a revisão do cálculo do IMI com base no uso atribuído pelo Plano em vigor);
Rever normas que penalizam a oferta de habitação acessível, como a obrigatoriedade de criar estacionamento no edifício e no espaço público, devendo a aprovação de novos empreendimentos depender de opções de mobilidade partilhada e sustentável;
Promover medidas concretas de incentivo e apoio público ao sector cooperativo habitacional de propriedade coletiva que se constituam além do mercado livre e concorrencial, a partir da disponibilização de propriedade pública em direito de superfície, financiamento público a projetos piloto e concretizando uma linha de financiamento a partir do Banco de Fomento conforme inscrito na lei;
Travar o despejo de pessoas e famílias carenciadas sem alternativa habitacional, assegurando o apoio necessário para, após análise caso a caso, aceder a uma habitação condigna, em cumprimento do artigo 13.º da Lei de Bases da Habitação;
Finalmente, mas não menos importante, importa que estas e outras medidas sejam enquadradas numa estratégia de curto, médio e longo prazo, orientada pela Lei de Bases da Habitação e que reconheça a diversidade de contextos onde a crise da habitação se manifesta. Esta estratégia deve ser alvo de um amplo consenso parlamentar, com vista à sua estabilidade, continuidade e eficácia - apenas possível com diálogo franco, dados objetivos, integração de medidas técnica e cientificamente comprovadas e recurso a um conselho de especialistas na matéria.
Nunca é demais recordar que o Direito à Habitação, apesar de se encontrar consagrado na Constituição da República Portuguesa e ancorado no Urbanismo, está cada vez menos assegurado – o que prejudica particularmente as gerações mais jovens e famílias com menores recursos, mas é já um problema que afeta de forma transversal a toda a população.
A concretização do Direito à Habitação é condição indispensável para a estabilidade familiar, a saúde, o bem-estar social, a mobilidade no mercado de trabalho, a eficiência económica, a sustentabilidade, a demografia, a construção de uma sociedade justa e resiliente e, em última análise, para o desenvolvimento do país e para a saúde da sua democracia.
Esta é a maior crise que Portugal atravessa, afetando camadas cada vez mais vastas da população, pelo que se exige a todos os deputados e deputadas com assento parlamentar um compromisso público inequívoco e a necessária coragem política.
Confiamos que estas preocupações serão consideradas com a seriedade que merecem, e que o Estado português estará à altura do desafio que enfrenta: assegurar o direito à habitação como pilar fundamental do desenvolvimento humano e da justiça social e territorial, tal como consagrado na Constituição da República Portuguesa (artigo 65.º).
Pelo futuro de Portugal e de todos aqueles que nele habitam, subscrevemos.
Acácio Pires, Investigação Social Aplicada, ZERO-Associação Sistema Terrestre Sustentável
Adriana Figueiredo, Sociologia, 4iS
Afonso Esperança Vasconcelos e Sá, Economia e Turismo
Agostina Nievas, Antropologia, ICS-ULisboa
Alberto Matos, Matemática, IST
Alcides Barbosa, Arquitetura e Urbanismo, Assembleias de Cidadãos Portugal
Alexandra Alegre, Arquitetura, CiTUA-IST
Alexandra Cachucho, Direito
Alexandra Dias da Silva, Educação, 4Change
Álvaro Domingues, Geografia, FAUP
Amílcar Theias,Economia, Director Geral Honorário da União Europeia
Ana Catarina Dinis Costa, Arquitectura, CEAU-FAUP; CEG-IGOT
Ana Catarina Fialho Catarino, Direito
Ana Mendes
Ana Oliveira, Sociologia, DINÂMIA'CET-Iscte
Ana Pérez-Quiroga, Artes Visuais e Investigação, CHAIA-UÉvora
Ana Rita Antunes, Engenharia, Coopérnico
Ana Rita Sousa Silva Martinho, jardineira
Ana Sofia Rocio Crespo Nobre Soares, Educação e Ensino
Ana Valinho, Saúde, UNL
Anabela Pinharanda Delgado, Docência
André Coelho, Geografia, Docência, Agrupamento de Escolas de Mourão
André de Jesus das Vinhas, Docência, Escola Secundária de Fonseca Benevides
André Escoval, Direito, porta-voz Nacional do Porta a Porta-Casa para Todos
Ângela Veiga, Ensino, Colégio Moderno
António Avelãs, Docência
António Dores, Sociologia, CIES-ISCTE-IUL
António Gil Leitão, Direito
António Manuel Raminhos Cordeiro Grilo, Engenharia Electrotécnica e de Computadores, IST-ULisboa
António Oliveira Lopes, Geografia, FLUP
Arlindo Manuel Almeida Soares, Informática
Bárbara Cordeiro, Gerontologia, COOPERA-Habitação Colaborativa
Bárbara Pinto Barbedo de Magalhães, Design e Coaching
Beatriz Gomes, Arquitetura, FA-ULisboa
Beatriz Lacerda, Sociologia, IS-UP
Bernardo Amaral, Arquitetura
Bruno Azevedo, Media Arts, UMinho
Carla Castelo, Comunicação Social, Ciências do Ambiente e Políticas de Desenvolvimento Sustentável, vereadora (sem pelouro) CM Oeiras
Carlos Renato da Fonte Oliveira, IT
Catarina Saraiva Pereira, Arquitetura
Cláudia Manso, História e Arqueologia, UNIARQ
Cláudia Sofia Abraços Mendes, Contabilidade, Ordem dos Contabilistas Certificados
Cristiana Lucas Silva, História
Cristina Maria da Rocha Santos Silva, Sociologia, CM Lisboa
Cristóvão Henrique de Lima Andrade, Engenharia Civil
Dalila Cerejo, Sociologia, NOVA FCSH
Daniel Boris, Planeamento Territorial, CITTA-FEUP
Daniel José Martins Carapau, Bioquímica, Ativista laboral e social
Daniel Seabra Lopes, Antropologia e Sociologia, ULisboa
Daniela Oliveira, Design, FBAUL
Diogo d’Orey, Arquitetura
Elsa Peralta, Antropologia, FLUL
Faustino Dionísio Reis, Comércio
Felipe Salazar, Design de Mídias
Fernando Bessa Ribeiro, Sociologia, UMinho
Fernando Nunes da Silva, Urbanismo IST
Filipa Serpa, Arquitetura, FA-ULisboa
Filipe Ribeiro, Sociologia, UÉvora
Francisca Neves, Arquitetura, IST
Francisco Manuel Caldeira Pinto Teixeira Bastos, Arquitetura, CiTUA-IST
Frederico Moura, Arquitetura
Gertrudes Guerreiro, Economia, UÉvora
Gianfranco Ferraro, Filosofia, UAB; UBI
Gisela Lameira, Arquitetura, FAUP
Gonçalo Paiva, Conservação-Restauro
Graça Moreira, Planeamento Regional e Urbano/ Geografia, ULisboa
Guida Veiga, Ensino Superior, UÉvora
Helena Alexandra Mantas, História da Arte
Helena Madureira, Geografia, FLUP
Henrique Antão, Engenharia, Arte e Investigação, C.E.M - Centro Em Movimento
Henrique Ornelas, Direito, reformado ACCP
Hugo Dionísio, Direito, CGTP-IN
Inês Armada Brás, Informática e Gestão
Inês Bispo, Arquitetura
Inês Espírito Santo, Sociologia, ISCTE-IUL
Inês Lima Rodrigues, Arquitetura, DINÂMIA’CET-Iscte
Isabel Cristina Marrafa Valente, Comunicação
Isabel Guimarães Anjo, Música
Isabel Novais Gonçalves, Ciências Musicais, UNL
Isabel Zlucena, Cultura
Jacopo Tosi, Engenharia Civil / Arquitetura, CiTUA-IST; DECivil
Jannis Kühne, Estudos Urbanos, CRIA
Joana Coutinho, Arquitetura
Joana Filipa Alves Trindade, Arquitetura, Cooperativa Integral Minga; Rede Co-Habitar
Joana Pestana Lages, Arquitetura e Urbanismo, ISCTE-IUL
João Canas, Políticas Públicas, GOVCOPP-UAveiro
João Carvalho, Ciência Política, ISCTE-IUL
João Cunha Serra, Engenharia, SPGL/FENPROF
João Ferrão, Geógrafia, ULisboa
João Miguel Fernandes Pinto Poças, Saúde, Unidade Local de Saúde Santo António
João Paulo Baptista Lopes, Arquitetura
João Rebelo Costa, Arquitetura
João Reis, Educação/Geografia, reformado
João Seixas, Geografia e Economia, NOVA FCSH
João Vicente, Políticas Públicas, UAveiro
João Vieira Caldas, Arquitetura, reformado
Jorge Brandão, Saúde
Jorge Carvalho, Urbanismo, UAveiro
Jorge Farelo Pinto, Arquitetura, Rede para o Decrescimento
Jorge Gonçalves, Geografia, IST
José Carlos Vasconcelos e Sá, Ciências da Comunicação
José Crespo, Planeamento Regional e Urbano, FA-ULisboa
José Eduardo Franco, História e Civilização, UAberta
José Machado de Castro, Direito
José Maria Silva, dirigente associativo, Associação dos Inquilinos e Condóminos do Norte de Portugal
José Mirão, Ciências Naturais
José Pedro Dias Cardoso, Arquitetura, C M Cascais
Judit Morello, Investigação Científica
Leandro Martins Arez, Arquitetura, DINÂMIA’CET-Iscte
Leonor Rosas, Antropologia, ICS-ULisboa
Lídia Fernandes, Sociologia, DINAMIA'CET-Iscte
Lígia Calapez Gomes, Jornalismo, SPGL
Liliana Miguel, Arquitetura
Lorenzo Degl’Innocenti, Áudio Visual
Luís Carlos Oliveira de Pinho Godinho Bucha, Arquitetura, CITAD-ULusíada
Luís Moreno, Geografia Humana, IGOT-ULisboa
Magda Marques, Arquitetura, IST
Manuel Carlos Silva, Sociologia, CICS.NOVA
Manuel Estêvão Dias Ferreira, Arquitetura
Manuel Pereira dos Santos, Física, UÉvora
Marco Marques, Engenharia Florestal, CEABN
Margarida Pardal, Design, UNL
Maria da Paz Ventura Campos Lima, Sociologia, ISCTE-IUL
Maria do Carmo Gregório, Antropologia e Educação, Associação Eco-bairros de Futuro
Maria Manuel Ferreira, Arquitetura Paisagista
Mariana Alcina Pacheco Novais Sampaio, Relações Internacionais
Mariana Leite Braga, Sociologia, ISCTE-IUL
Mário Nogueira, Educação e Ensino
Miguel C Reis, Direito
Miguel Judas, Arquitetura
Miguel Lobo, Técnico Superior
Moisés Rosa, Arquitetura, Brejos Faria habitação colaborativa
Monique Borges, Políticas Públicas, UAveiro
Neusa Silva, Designer gráfico
Nuno Marques da Costa, geógrafo, ULisboa
Nuno Quental, Engenharia do Território, UCP e IST
Orlando César, Jornalismo
Patrícia Robalo, Arquitetura
Paulo Areosa Feio, Geografia, ex-diretor do PlanAPP
Paulo Miguel Madeira, Geografia, ULisboa
Pedro Alexandre Bastos Tadeu, Comunicação Social, CNN/DN/Antena 1
Pedro Castel'Branco, Engenharia Civil, Reformado
Pedro Garcia, Dança
Pedro Marques, Matemática, UÉvora
Pedro Reis Cortez, Sociologia, UNL
Pedro Seixas Carmo, Design Gráfico
Raquel Melo, Geografia, ULisboa
Ricardo César
Ricardo Costa Agarez, Arquitetura e História, ISCTE-IUL
Ricardo Roque, História e Antropologia, ICS-ULisboa
Rita Almeida Filipe, Design, FA-ULisboa
Rita Rosa Cristóvão, Design
Rogério Taveira, Arquitetura, FBAULisboa
Rosa Arma, Arquitetura, GESTUAL-CIAUD-FA-ULisboa
Rosane Lopes de Araújo, Arquitetura e Urbanismo, ISCTE-IUL
Rui Costa Lopes, Psicologia Social, ICS-ULisboa
Rui Ferreira, Ciências da Engenharia, IST
Rui Pulido Valente, Engenharia, Fundação Pulido Valente
Saila-Maria Saaristo, Antropologia, ISCTE-IUL
Sandra Fernandes, Desenvolvimento
Sandra Santos, Museologia
Sara Agua-mel Reis Brandão, Arquitetura, Atelier 17
Sara Lia Brysch, Arquitetura, CEAU-FAUP
Sara Rico, Audiovisual
Sofia Neuparth, Investigação Artística, C.E.M-Centro Em Movimento
Sónia Lucena, Medicina Veterinária, UÉvora
Susana Batel, Psicologia, ISCTE-IUL
Susana Mendes Silva, Artes Plásticas, UÉvora
Susana Mourão, Sociologia, CM Évora
Teresa Laranjeira, Arquitetura
Teresa Maria Salgueiro de Vasconcelos e Sá
Teresa Novais, Arquitetura, aNC arquitectos
Teresa Vasconcelos e Sá, Sociologia, reformada
Tiago Mota Saraiva, Arquitetura, FA-ULisboa
Tomé de Almeida, Planeamento Regional e Urbano, UAveiro
Ulisses Garrido, Sociologia, Praxis - trabalho e sindicalismo
Vanda Mónica Faustino Soares, Relações Internacionais
Vanessa de Pacheco Melo, Arquitetura e Urbanismo, GESTUAL-CIAUD-FA-ULisboa
Vattani Saray, Urbanismo
Vera Polido Baeta, Arquitetura e Urbanismo, IHRU I.P.
Veronique Pipa, Design
Viriato Soromenho-Marques, Filosofia, U-Lisboa
Vítor Neves, Economia, UCoimbra
Zara Castelo Ferreira, Arquitetura, CiTUA-IST
4Change Coop, ONGD
APPA - Associação do Património e da População de Alfama
Associação Eco-bairros de Futuro
Associação dos Inquilinos e Condóminos do Norte de Portugal
Associação de Moradores da Zona de Francos
Aurora Desperta Crl
Caracol-POP
HabiRizoma
Moradores de Arroios
Movimento Morar em Lisboa
Lisboa Invisível
Porta a Porta - Casa para Todos
Solidariedade Imigrante – Delegação de Beja